No dia 26 de março, nossa cidade estará completando 250 anos da data em que foi elevada à
condição de Freguesia, com o
nome de São Francisco do Porto dos Casais. A mudança no status da então pequena vila denominada até então
de Porto de
Viamão foi a data escolhida – através de uma pesquisa histórica promovida pelos membros do IHGRGS – como o
evento
fundador de Porto Alegre.
A atuação do IHGRGS nessa questão torna-o parte integrante das comemorações dessa
trajetória. Em razão disso, somamo-nos
aos demais eventos que celebram a data, trazendo ao público um conjunto de registros feitos sob a forma de
crônicas que
tiveram como objetivo retratar aspectos singulares de uma Porto Alegre que foi se constituindo como
capital ao longo dos
anos.
Nossa cidade teve diversos cronistas, que produziram textos onde constam hábitos,
costumes, personagens e histórias
daquela urbe que ia se transformando de um pequeno aglomerado de casas em uma das mais importantes
metrópoles
brasileiras. São relatos que informam, divertem e impressionam os leitores, proporcionando conhecimento ao
mesmo tempo
em que nos entretêm, estabelecendo de modo propositivo uma relação saborosa entre história e literatura.
Ao longo desse
ano, estaremos reproduzindo as narrativas de autores como os irmãos Porto Alegre (Achylles, Apeles e
Apolinário), Álvaro
Moreira, Felicíssimo de Azevedo, Ari Veiga Sanhudo, Leandro Telles e vários outros que, com suas
percepções da vida
portoalegrense, forneceram expressivas descrições da trajetória de nossa cidade.
E para dar início à essa proposta, nada melhor do que uma crônica de Achylles Porto
Alegre, um de nossos mais produtivos
escritores. Membro fundador do IHGRGS, foi o primeiro proprietário do Jornal do Comércio, de onde
divulgava seus textos,
depois organizados em mais de 20 livros, boa parte deles contendo registros sobre a cidade. Irmão de
outros dois
intelectuais, Apolinário e Apeles, era pai de Augusto Porto Alegre, que alguns anos depois também escreveu
sobre a
capital.
Essa primeira crônica – Porto Alegre de hontem e hoje foi incluída no livro “Através do
Passado”, de 1920. No texto, o
autor descreve detalhes da cidade, relatando figuras que circulavam pelas ruas, assim como as denominações
que essas
vias receberam ao longo dos anos. Em uma agradável exposição, ele apresenta suas considerações sobre o que
viveu e
aquilo que via surgir diante de seus olhos. Com suas palavras, temos a oportunidade de fazer o exercício
de pensar a
Porto Alegre de agora e a que queremos deixar para nossos conterrâneos do futuro. É uma excelente maneira
de sabermos
mais sobre esse legado que agora comemoramos e refletirmos sobre nossa história.
Boa leitura!
Através
do passado (Crônica e história), Aquiles Porto Alegre, 1920.